JOÃO PAULO, BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
Estimado Irmão no Episcopado,
Chegaram ao meu conhecimento, por meio de relatos fidedignos de fiéis e membros do clero, informações de que Vossa Excelência tem mantido vínculos com grupos cismáticos, contrariando as orientações expressas por este Pontífice, que determinam o afastamento de quaisquer elementos cismáticos dos nossos sólios sagrados. Ainda hoje, o Eminentíssimo Cardeal Leopoldo constatou a presença de dois leigos cismáticos, que usurpam dos títulos clericais, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no Rio de Janeiro — na qual onde vossa mercê exerce ofício de Arcebispo.
Vivemos tempos marcados por dolorosas divisões no seio da Igreja e por tentativas recorrentes de apropriação de membros do clero por parte de movimentos dissidentes. Diante desse cenário, é imperioso mantermos vigilância e fidelidade estrita à disciplina eclesiástica.
Dirijo, portanto, estas palavras como uma advertência formal, exortando Vossa Excelência a observar com rigor as normas estabelecidas pela Santa Igreja, pelo Magistério deste Pontificado e pelos ensinamentos perenes dos meus veneráveis predecessores.
Rogo ainda a Vossa Excelência que, à luz dos últimos acontecimentos — e considerando a expectativa da comunidade eclesial —, se manifeste publicamente por meio de uma nota de retratação, que até o momento não foi emitida. Reconhecemos que o diálogo é parte integrante da missão da Igreja; contudo, tal incumbência cabe exclusivamente ao Romano Pontífice, assistido pelo Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.
Após esta advertência, espero sinceramente que Vossa Excelência se disponha a obedecer integralmente ao Magistério da Santa Igreja Romana. Persistindo, no entanto, na desobediência ou na colaboração com o cisma, Vossa Excelência poderá estar sujeito a medidas canônicas, conforme prevê o direito eclesiástico.
Com esperança na reconciliação e em espírito de caridade fraterna, concedo minha pia bênção apostólica.
Dadas no Palácio Apostólico, no Vaticano, no dia sete de junho do ano jubilar de Esperança de dois mil e vinte e cinco, primeiro do meu pontificado e vésperas de Pentecostes.
