Bula ''Gratias agimus tibi'' - Encerramento da Arquidiocese do Rio de Janeiro


BULA PONTIFÍCIA
GRATIAS AGIMUS TIBI
ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DA
ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO
DO SUMO PONTÍFICE
BONIFATIUS, EPISCOPUS
PONTIFEX MAXIMUS
SERVUS SERVORUM DEI

A quantos a esta minha Bula lerem, saudação, paz e bênção apostólica.

Gratias agimus tibi — “Damos-Te graças, Senhor Deus onipotente” (Ap 11,17), pois é dever nosso, como pastores, discernir os tempos e os acontecimentos, para proteger a santa Igreja da contaminação do escândalo e da divisão, conservando a unidade do Corpo de Cristo (Ef 4,3).

No início deste ano, com sincero desejo de edificar o povo de Deus na fé católica e de prover à boa ordem pastoral, erigimos canonicamente a Arquidiocese do Rio de Janeiro, sob nossa jurisdição, assumindo eu então a sua condução como primeiro Arcebispo. “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17), ordenou-nos o Senhor; e assim procuramos fazê-lo com zelo, formando o clero, fortalecendo os fiéis e consolidando a disciplina.

Por razões que nos pareceram prudentes e para o bem comum, entregamos posteriormente este ofício ao nosso dileto irmão, ora Cardeal Artur, que o exerceu como segundo Arcebispo, continuando a edificação daquele território.

Contudo, com grande tristeza e vergonha para todos os fiéis, vieram depois factos graves e escandalosos: falo da remoção de Artur Scherer do governo da Arquidiocese durante o pontificado de nosso predecessor, João Paulo IX, seguida pela ascensão de Caio Medeiros e pela subsequente infiltração de doutrinas e comportamentos cismáticos hediondos.

Em particular, deploramos que a Arquidiocese tenha sido transformada em instrumento de discórdia e até mesmo em uma plataforma para projetos de cisma, em plena Sé Vacante, sob a manipulação de João Magnus Sarto (antigo Thiago Montini), em clara violação da unidade e da comunhão eclesiástica.

Reprovamos com veemência tais iniciativas, ecoando o alerta de São Paulo: “Rogo-vos, irmãos, que eviteis os que provocam divisões e escândalos em desacordo com a doutrina que aprendestes” (Rm 16,17) e ainda enfatizamos o que o Concílio Vaticano II ensina com clareza: “A caridade exige que os fiéis evitem tudo o que possa gerar cismas” [1].

Assim, também o Papa Francisco advertiu: “O diabo é aquele que divide. Ele fomenta o orgulho para que nos consideremos melhores do que os outros, para que nos excluamos. A divisão é uma das armas favoritas do diabo” [2].

Conscientes do escândalo público e do dano irreparável causado à reputação e à vida laboral da Arquidiocese, e reconhecendo que não subsistem mais as condições, disciplinares e morais mínimas para manter sua continuidade, fomos levados a uma decisão grave, mas necessária para a salvação das almas.

Por isso, revestido da autoridade apostólica, após madura reflexão, movido unicamente pela salvação das almas, DECRETO e ESTABELEÇO o seguinte:
  1. Que estão encerradas todas as atividades pastorais, administrativas, litúrgicas e jurídicas que se realizavam no território da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
  2. Extinguimos, para todos os efeitos canônicos e jurídicos em nossa jurisdição, o uso do título “Arquidiocese do Rio de Janeiro”, suprimindo a sua estrutura eclesiástica.
  3. Ordenamos que todos os clérigos, religiosos ou fiéis cessem imediatamente qualquer uso público, ou privado do nome da extinta Arquidiocese, em atividades ministeriais, ou associativas, sob pena das sanções previstas no direito canônico (cf. CIC, cân. 1364 §1).
  4. Estabelecemos que qualquer futura reorganização ou criação de nova circunscrição eclesiástica no mesmo território só poderá ocorrer mediante aprovação pontifícia desta mesma sede apostólica.
  5. Intimamos todos os fiéis a evitarem qualquer cooperação formal ou material com iniciativas cismáticas, ou facciosas, lembrando o preceito de Cristo: “Que todos sejam um” (Jo 17,21).
Recordamos que “Nada mais grave existe que o pecado de cisma. Nenhuma heresia, nenhum erro, mesmo contra a fé, separa o homem de Cristo tanto quanto a separação da unidade eclesiástica” [3]. Mas ainda “Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo”[4], renunciando ao espírito de divisão e reconciliai-vos com Deus e com a sua Igreja.

Outrossim, confiamos à misericórdia de Deus os frutos bons outrora semeados naquela região. Aos que humildemente aceitarem esta nossa disposição e se mantiverem firmes na unidade da fé católica, concedemos a nossa Bênção Apostólica, invocando sobre eles o Espírito Santo, para serem guardados na paz e, na verdade.

Dado em Roma, aos doze dias de julho do ano jubilar da esperança de dois mil e vinte e cinco, primeiro do meu Pontificado.


Referências
[1] Unitatis Redintegratio, 11
[2] Fratelli Tutti, 166
[3] Mystici Corporis, 22
[4] Redemptor Hominis, 18
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