DISCURSO DE SUA SANTIDADE
BONIFÁCIO III
VISITA AO ÍCONE DE NOSSA SENHORA
E ORAÇÃO PELA PAZ, EM SANTA MARIA MAIOR
Basílica de Stª. Maria Maior - 18/08/2025
Queridos irmãos cardeais,
queridos bispos,
queridos padres,
querido povo de Deus:
A paz esteja convosco! Sim, a paz de Cristo ressuscitado, que vive entre nós, esteja sempre convosco.
Hoje é tão difícil falar de paz, de indicar o sinal da paz: a reconciliação. Muitas vezes, vivemos inquietos. O demônio tem muitas formas de nos afastar de Deus. Mas lembremos: Deus está sempre conosco, Ele nos ama e caminha ao nosso lado.
Por isso, digo-lhes: não temais! Não temais, pois não estão sós! O amor de Deus é imenso, tão grande que nem podemos compará-lo.
O cristão deve ser luz. Luz que, nas noites escuras, é colocada à janela para indicar que ali há vida, e que essa vida é iluminada.
Na noite da Vigília Pascal, o Círio é aceso. Lembremos que, ali, se renovam as promessas do Batismo.
Hoje, mais do que nunca, exorto: sejam discípulos da paz! Só podemos dizer que somos católicos, só poderemos verdadeiramente afirmar que viemos em nome de Deus, quando viermos em nome da paz.
Porque o cristão é aquele que promove a paz.
O cristão não divide: une.
O cristão não odeia: ama.
O cristão não se afasta: aproxima-se.
E só poderemos realmente dizer que somos católicos quando afirmarmos que amamos o próximo, até mesmo aqueles que nos odeiam.
Esta é a mensagem que hoje quero transmitir. Como disse no início: a paz de Cristo vivo e ressuscitado. Porque Ele vive, e onde há vida, há Cristo. Onde há amor, há paz.
Olhando para o exemplo de Nossa Senhora, possamos também nos preservar na oração. Aqui estamos em oração. E, ao sair daqui, vamos ao encontro de outras pessoas e continuamos o que hoje começamos aqui — ou melhor, aquilo que começamos na Eucaristia.
Nosso Senhor, hoje, vos pede que sejais apóstolos da paz, discípulos da paz. Que, nesta oração que se segue, possamos deixar de lado as mágoas, os ódios, as raivas que sentimos contra alguém, e dar lugar à humildade.
Ainda ontem, no cântico do Magnificat, Nossa Senhora dizia: “Exaltou os humildes!” Se queremos ser exaltados, precisamos ser humildes.
E a humildade começa quando dizemos: “Eu vou ao encontro de quem magoei e vou construir a paz. Vou construir a ponte da paz.” A ponte que Cristo quer. Jesus quer que façamos a ponte da paz.
Num tempo tão dilacerado por guerras, ódios e divisões, precisamos ser luz. Precisamos ser paz. Precisamos vir em nome da paz: acolhendo, abraçando, confortando.
Que a paz reine. E que Cristo ressuscitado nos mostre a verdadeira razão dessa paz: a razão de sermos filhos, irmãos batizados, de professarmos a fé católica, una e apostólica.
Amém, Assim seja!