Instrução "Induite vos novum hominem" | Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos

Cardeal Dom Gaspar Rigali Bruch
Cardeal-Presbítero di Santo Antonio in Campo Marzio
Prefeito do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos

Desde a Antiga Aliança, o Senhor ordenou que os sacerdotes utilizassem de vestes brancas como sinal de pureza e consagração para aqueles que o servem. No livro do Êxodo, Deus prescreve uma túnica de linho fino branco para Aarão e seus filhos o servirem no santuário (cf. Ex 28,39-43). O livro do Levítico, ainda, descreve a túnica branca como "sinal de santidade e consagração" (cf. Lv 16,4).

Com a plenitude da promessa de Deus, em Cristo, sumo e eterno sacerdote, a alva branca carrega um pleno significado pascal: na Transfiguração, as vestes de Jesus que se tornaram brancas e resplandecentes como sinal de glória e ressurreição (cf. Mc 9,3); a multidão vestida de branco representando todos os que foram alvejados no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7,9.14).

Assim, as vestes brancas desde o Antigo Testamento expressavam a pureza e a proximidade com Deus, e no Novo Testamento ela simboliza a vida em Cristo, renascidos na fonte batismal, despertos para a vida nova que devemos testemunhar.

A Liturgia deve sempre refletir a beleza e a glória de Deus, e desvios para o "pobrismo" exagerado nos paramentos e até mesmo nos espaços sagrados usurpam a nobre beleza que conduz ao mistério das celebrações. Criação de estilos particulares exóticos, inovações pessoais que transformam as vestes liturgicas em manifestação de gosto individual acabam por obscurecer a unidade e o senso do sagrado. Ambos extremos ofendem a natureza da Liturgia, cuja beleza é teológica, bíblica e não meramente estética ou pessoal.

Embora a CNBB, na XII Assembleia Geral – 1971 tenha aprovado a substituição do conjunto alva e casula por túnica ampla, de cor neutra, com estola da cor do tempo ou da festa [1], a Instrução Geral do Missal Romano reafirma a alva e casula como veste própria do sacerdote.

A veste branca é, por excelência, a veste do sacerdote. O altar é revestido obrigatoriamente da cor branca porque é Cristo, o Sacerdote. Desta forma, o sacerdote exercendo a função de Cristo deve também revestir-se de alva ou túnica na cor branca, revestindo-se de Cristo.

Diante disso, fica expressamente proibido o uso de túnicas de cores diversas (azul, bege, cinza ou quaisquer outras) a não ser o branco na sagrada liturgia. A alva branca, símbolo de pureza batismal e da glória do Ressuscitado, é a única veste adequada e legítima para os ministros. 

Quem implicar na desobediência dos padrões aqui estabelecidos, está sujeito a receber punições.

Roma, 15 de setembro de 2025, memória da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores.

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