Carta “In Spe Vivamus” — De Sua Santidade Pio IX a toda a Igreja

PIUS, EPISCOPUS
PONTIFEX MAXIMUS
AD PERPETUAM REI MEMORIAM

Aos eminentíssimos senhores Cardeais, aos excelentíssimos senhores Bispos, aos reverendíssimos senhores Padres e Diáconos, aos prezados irmãos e irmãs religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, ao querido e amado povo da Arquidiocese Primaz do Carmo e seu Arcebispo, à querida Diocese de Roma, aos chefes de estado, deputados nacionais e municipais, e aos estimados leigos e leigas. Saúde, paz, misericórdia e bênção apostólica em Cristo, chama viva da (minha) nossa Esperança.

Nova Spe, Nova Esperança — é este o apelo que hoje vos dirijo. Ao ser chamado, pelo sopro do Espírito Santo, ao Ministério Episcopal, do Bispado de Roma e Sucessor do Apóstolo Pedro, renovo publicamente o meu ardente desejo de guiar a Santa Igreja de Deus in vinculo spei et fraternitatis — unidos pelo vínculo da esperança e da fraternidade cristã.

Antes de mais, não poderia iniciar esta Carta sem evocar com profunda gratidão o pontificado do meu saudoso predecessor, Bonifácio pp. III, cuja alma já repousa na infinita misericórdia de Deus. O seu foi um pontificado laborioso, devotado à edificação da Igreja e à reforma daquilo que era essencial à sua restruturação.

Creio firmemente — credo firmiter — na presença viva do Espírito Santo Paráclito também neste espaço virtual que hoje nos reúne. Foi Ele quem nos conduziu ao longo destes 15 anos, inflamando os corações e inspirando-nos a permanecer unidos. Assim, cada novo pontificado, conforme o carisma de seu eleito, torna-se fonte de esperança para o Povo de Deus — Fons Spei Populi Dei.

Desejo expressar minha profunda e sincera gratidão a todos os Senhores Cardeais, Eleitores e Não-Eleitores, que participaram deste Conclave. Embora pequeno em número, o Colégio Cardinalício mostrou-se unido e fiel às suas obrigações. Uma palavra fraterna e gratificante ao Cardeal Rose, cujo testemunho na Capela Sistina aqueceu os nossos corações e iluminou o discernimento no processo da eleição.

Estendo igualmente o meu reconhecimento aos dedicados colaboradores da Cúria. A todos vós — irmãos Atanásio, Lajolo, Rizzo, Laureno e Frassati — expresso o sincero apreço pela vossa constante presença e zelo pelos ofícios deste conclave. Espero poder continuar a caminhar convosco neste projeto, nesta obra que agora inicia e, com Cristo, se renova.

Dirijo também uma palavra amiga e paternal à Arquidiocese do Carmo, ao seu Arcebispo, a todo o clero e aos fiéis leigos e leigas. Tendes sido, verdadeiramente, como a fênix que renasce, revitalizando a vida evangelizadora com verdadeira fé e profundo ardor missionário. Confio que continuareis firmes neste caminho sinodal, conforme os apelos do saudoso Papa Francisco, do nosso amadíssimo Papa Leão XIV e do nosso saudoso Papa Bonifácio.

Agradeço, ainda, à Igreja Universal, aos homens e mulheres de boa vontade que se uniram a nós nestes dias de intenso labor espiritual. A todos concedo, de coração, a minha bênção apostólica.

Todavia, porque o ministério apostólico não se limita a agradecimentos, faço-vos um pedido solene: iniciemos este caminho com Esperança — In Spe Vivamus. Desejo ouvir cada um de vós, para juntos discernirmos como construir uma Igreja mais fiel à sua missio pastoralis, também neste contexto digital, e traçar, em comunhão, os caminhos sinodais que o Espírito Santo nos inspirar agora.

Que sejamos uma Igreja consciente da missão que lhe foi confiada — uma Igreja pura de intenções, firme na fé e unida na caridade. Tempora dissimulationis transeant — que passem os tempos da desunião e da tibieza interior. Pois a Igreja deve ser acolhedora, mas prudente; misericordiosa, porém justa; aberta, mas fiel à verdade.

É necessário reafirmar que a misericórdia não pode converter-se em conivência com o erro. Aqueles que repetidamente desprezaram o perdão e dividiram o Corpo de Cristo, não poderão ser readmitidos levianamente ao estado clerical. A unidade da Igreja é um bem primodial a ser protegido com zelo pastoral.

Contudo, o diálogo permanece aberto com as organizações católicas separadas. Devemos reconhecer nelas o mesmo desejo de evangelizar e o mesmo amor a Cristo. Ut unum sint — que todos sejam um. (Jo 17,21)

Reitero o meu convite a todos os cardeais, bispos, padres, diáconos, religiosos e leigos: é tempo de regressar, de reconstruir a casa comum, para no fim, celebrar juntos verdadeiramente os quinze anos do nosso apostolado. Que cada um ofereça o seu contributo e a sua amizade, para que a Igreja se renove interiormente e avance unida e fortalecida, voltando à sua glória de antes.

Concluo esta Carta confiando-me à intercessão da Beata Maria Virgo, Mater Dei et Mater nostra, Rainha da Esperança e da Paz, Regina Spei et Pacis, para que, como Esposa do Espírito Santo, interceda por nós — pro Ecclesia et pro mundo.

Recebei o meu abraço fraterno e a minha bênção apostólica. Rezem por este vosso humilde e pobre pastor, para que seja fiel ao mandato recebido e digno Servo dos Servos de Deus e sucessor do Apóstolo São Pedro.

In Christo Iesu,

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