Carta dirigida ao grupo de Augusto e ao Cardeal Enrico Montini


R O M A N O,  B I S P O
S E R V O  D O S  S E R V O S  D E  D E U S

Caríssimos em Cristo,

É com pesar e profunda tristeza que me dirijo a vós em plena época natalícia, um tempo que deveria ser de comunhão, reconciliação e amor. Infelizmente, chegam até mim notícias de discórdias e acusações mútuas, acompanhadas de atitudes lamentáveis, que desfiguram o testemunho de nossa fé e envergonham o apostolado virtual enquanto expressão de evangelização e unidade cristã.

É inadmissível, sob qualquer pretexto, que a organização dirigida pelo Sr. Augusto tenha promovido constantes ataques ao querido Cardeal Enrico Montini. Mentiras desdenhosas, verdadeiras calúnias aos olhos da lei, foram usadas com o intuito de semear divisão no ambiente virtual, que deveria ser um espaço para proclamar a verdade do Evangelho. Tal comportamento não apenas viola os ensinamentos de Cristo, mas também abala a credibilidade do testemunho católico diante todos.

Conforme nos recorda o apóstolo Paulo: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra má, mas apenas a que for útil para edificação, conforme a necessidade, e que comunique graça aos que a ouvem" (Efs 4, 29).

Lamentavelmente, o ambiente virtual tem se tornado palco de conflitos alimentados por ódio e desrespeito. A construção de falsidades, acusações infundadas e a manipulação de informações servem apenas para destruir, não para edificar. Não é o nome de um ou outro que sofre, mas o Corpo de Cristo, que somos todos nós.

Ao mesmo tempo, manifesto minha total solidariedade ao Cardeal Enrico Montini, um homem cuja trajetória de fé, dedicação e combate à corrupção e aos escândalos na Igreja tem sido inquestionável. Conheço de perto as perseguições injustas de que tem sido alvo durante anos, muitas delas fomentadas por aqueles que não aceitam seu testemunho de retidão. Acusações insensatas e calúnias, como a difamação por meio de imagens falsas em 2017 e os recentes ataques, são expressões de um espírito que não provém de Deus.

Lembremos o que Cristo nos ensina: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus" (Mt 5, 10).

O Cardeal Montini, ao longo de sua vida, tem se mostrado um verdadeiro pastor que, como o Senhor Jesus, defende suas ovelhas e enfrenta as forças do mal, mesmo dentro da própria Igreja. Não posso deixar de recordar sua coragem ao expor, em 2023, práticas indignas dentro das paredes do Vaticano, buscando purificar a Esposa de Cristo e restaurar sua dignidade.

Por isso, conclamo a organização do Sr. Augusto e todos os envolvidos neste conflito a um diálogo sincero, inspirado pelo mandamento do Senhor: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13, 34).

O tempo do Natal nos chama à reconciliação e à construção de pontes, não de muros. As divisões causadas por ódios, mentiras e manipulações ferem não apenas os indivíduos, mas o coração da Igreja. É fundamental que todos os fiéis se recordem de sua vocação à unidade em Cristo e à promoção do bem comum.

Peço que cessem os ataques, as calúnias e as intrigas. Trabalhem pela paz e pela justiça, construindo uma comunidade de fé que testemunhe verdadeiramente o Evangelho. Que aqueles que têm alimentado mentiras e manipulações voltem seus corações para Deus, pois "Ele é misericordioso e compassivo, lento para a ira e cheio de amor" (Salmo 103:8).

Ao querido Cardeal Enrico Montini, renovo meu apoio e oração. Não temas, pois o Senhor é contigo. Recordo-te as palavras de São Paulo: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8, 31).

Que o Espírito Santo inspire em todos nós um coração contrito, humilde e disposto à reconciliação. Que, neste Natal, possamos nos converter verdadeiramente ao amor e à paz, testemunhando ao mundo a beleza da fé cristã.

Em comunhão,

+ Romano Pp. II
Servo dos Servos de Deus.
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