EXORTAÇÃO AOS DIÁCONOS DO MUNDO INTEIRO.

 


DOM NANDO CARDEAL BORGHIA

Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica.

Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.


EXORTAÇÃO AOS DIÁCONOS DO MUNDO INTEIRO

Caros diáconos, ministros do serviço divino, Com um coração cheio de gratidão e reverência, a Prefeitura do Dicastério para a Doutrina da Fé vos dirige uma palavra de exortação, iluminada pela sabedoria da Igreja, sobre a importância e a nobreza do serviço diaconal. A missão que Deus vos confia não é apenas uma responsabilidade, mas um chamado sagrado que se reflete nas pequenas e grandes ações cotidianas. Em cada gesto, no atendimento ao povo de Deus, na celebração litúrgica e na ação pastoral, o diácono se faz sinal visível do amor de Cristo.

Nos primeiros tempos da Igreja, os diáconos foram escolhidos para garantir que as necessidades dos mais vulneráveis fossem atendidas (cf. At 6, 1-6), demonstrando a natureza profundamente caritativa e pastoral de sua vocação. O diácono, como guardião do cálice, torna-se o fiel colaborador do Bispo e do Sacerdote, em sua missão de servir ao altar e ao povo de Deus. Este serviço, ainda hoje, é de grande importância, pois a diaconia se coloca como um elo indispensável entre a Igreja e o mundo, um ministério essencial para a continuidade do Evangelho.

Como a Lumen Gentium, o documento conciliar do Vaticano II, bem como o Diretório para o Ministério e Vida dos Diáconos Permanentes, nos ensinam, a função do diácono é integral à vida da Igreja. Ele não é apenas um assistente litúrgico, mas um homem de ação pastoral, que coloca sua vida a serviço dos pobres, dos necessitados, e de todos que buscam auxílio espiritual e material. O diácono é o representante da Igreja em sua missão de caridade, sendo, portanto, o reflexo da misericórdia de Cristo.

Recordemos sempre que o primeiro mártir da Igreja, Santo Estevão, foi o primeiro diácono, um homem cheio de fé e do Espírito Santo, que soube viver sua vocação até as últimas consequências. O martírio de Santo Estevão (At 7, 54-60) nos lembra que o serviço diaconal está entrelaçado com a doação total, a exemplo do próprio Cristo, que se fez servidor de todos. Que cada diácono, ao olhar para Santo Estevão, se inspire em sua coragem e fidelidade ao chamado divino, estando pronto, se necessário, a seguir o mesmo caminho de sacrifício pelo Reino de Deus.

O diaconato, como o primeiro grau da Ordem, é o mais belo e profundo. Ele é a porta de entrada para os outros graus do ministério, seja no serviço do altar ou no cuidado pastoral da Igreja. A vocação diaconal exige uma entrega total, e é um serviço que, mesmo em sua humildade, traz consigo a plenitude da missão cristã: servir a Deus no povo e ao povo de Deus. Em sua responsabilidade, o diácono deve sempre lembrar-se da importância de seu papel na liturgia, na caridade e na evangelização.

Exortamos-vos, caros diáconos, a estar atentos às necessidades das vossas paróquias, das comunidades que vos foram confiadas, e das exigências eclesiásticas do vosso tempo. Estejam atentos ao chamado do Santo Padre e à missão universal da Igreja, colaborando com zelo e dedicação em todas as esferas da vida da Igreja. Não se esqueçam de que, como diáconos, sois chamados a servir o povo de Deus e a trabalhar pela construção do Reino de Cristo. Que o vosso compromisso com a liturgia e com os mais necessitados seja sempre renovado, buscando, em constante oração e estudo, o aperfeiçoamento do vosso serviço divino.

Nosso Senhor vos abençoe e guarde, e que a graça do Espírito Santo vos conduza, agora e sempre, em vosso nobre ministério diaconal.

Dado e passado em Roma, cidade eterna, ao vigésimo segundo dia de dezembro do ano do Senhor de dois mil e vinte e quatro, primeiro do nosso Pontificado.



+ Nando Cardeal Borghia
Prefeito do Dicastério para Doutrina da Fé


Postagem Anterior Próxima Postagem