Homilia | IV Domingo da Páscoa

 
HOMILIA DE SUA SANTIDADE
JOÃO PAULO IX
SANTA MISSA DOMINICAL DO DOMINGO DO BOM PASTOR
IV DOMINGO DA PÁSCOA DO ANO C

Basílica Vaticana - 11/05/2025

Amados irmãos e irmãs,
filhos muito queridos no Senhor,

Neste Domingo do Bom Pastor, a Igreja inteira volta o olhar para Aquele que caminha à nossa frente com cajado firme e coração manso: Jesus, o Pastor eterno das nossas almas. As Suas palavras chegam hoje até nós como um sopro de paz: “Eu conheço as minhas ovelhas.” Ele conhece-te. Não como o mundo conhece, pelas aparências. Mas como só o Amor conhece: por dentro. Pelo nome. Pelo coração.

O verdadeiro Pastor não é um funcionário, nem um chefe. É alguém que ama. Alguém que reconhece no rosto das suas ovelhas a presença viva do Pai. E porque ama, dá a vida. No Evangelho, Jesus diz ainda: “Ninguém arrebatará as minhas ovelhas da minha mão.” Que certeza doce! Que segurança para nós, tantas vezes frágeis, tantas vezes confusos...

Mesmo quando o lobo ronda, mesmo quando a noite escurece, mesmo quando há divisões no redil — e sim, entristece-nos profundamente o eco de mais uma ferida na comunhão da Igreja nestes dias — o coração do Pastor permanece aberto, e os Seus braços continuam estendidos para cada filho.

Na primeira leitura, Paulo e Barnabé anunciam com coragem a Palavra, mesmo entre rejeições e incompreensões. E a multidão, vendo a sua fidelidade, rejubila.
A vocação de pastor é também isso: servir mesmo sem aplausos, sem garantias humanas, confiando apenas na voz do Senhor. É por isso que hoje também celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações: para que muitos jovens escutem essa voz e digam “sim” — com generosidade e alegria.

E neste mesmo domingo, celebramos também com ternura o Dia da Mãe. A maternidade é a primeira escola do amor. É no colo da mãe que aprendemos a escutar, como se, desde o ventre, nos fosse sendo ensinada a música da voz de Deus. Quantas mães são pastoras escondidas! Quantas conduzem os filhos pelos vales escuros da dor com a luz da fé! Quantas se levantam cedo e adormecem tarde, ofertando cada instante da sua vida como um silencioso sacrifício de amor! Hoje, rezamos por todas as mães. Agradecemos, pedimos, recordamos. E às que partiram, confiamos à ternura do Pai.

Meus irmãos e irmãs, que este Domingo nos encha de esperança. O Bom Pastor não se cansa de nós.
Ele conhece a nossa voz — mesmo quando fraca — e reconhece o nosso olhar — mesmo quando cansado. E se O seguirmos, mesmo entre tropeços, Ele levar-nos-á às fontes da vida, onde não haverá mais fome, nem sede, nem lágrimas (cf. Ap 7,16-17). Que Maria, a Mãe do Bom Pastor, nos ensine a escutar a voz do Filho e a responder com o coração inteiro.

Assim seja. 
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