Discurso | Primeira Saudação do Papa Bonifácio

DISCURSO DO PAPA BONIFÁCIO III
1ª Benção Apostólica e Apresentação

Loggia das Bençãos - Praça de São Pedro
12 de julho de 2025 - 16h10

Diletíssimos filhos e filhas, a vos dirijo minhas primeiras palavras como Sucessor de Pedro: A paz esteja convosco! Repito! A paz, viva e esteja entre nós, porque Cristo está entre nós e a Igreja vive.

Comovido pela graça de Deus neste momento, tocando em alguém tão pequeno, aqui me apresento, não como autor da novidade, mas, como servidor da continuidade. 

Aqui não começa um projeto humano, mas prossegue a obra divina, prossegue o chamado de Deus para cada um de nós. A barca de Pedro permanece de pé, e mais: ela avança, porque o Senhor Ressuscitado está no meio dela. 

Sucedo agora o muito amado e saudoso Papa João Paulo IX, cujo legado deixou-nos raízes profundas que não se apagarão em nós. Em sua integridade, em sua mansidão, em sua lucidez, ele conservou a fé e combateu o bom combate, como nos diz São Paulo. Ele foi um Pai para todos nós. O novo Pontificado não se oporá à sua herança, antes a tomará como âncora e rumo, de uma barca que navega há quase quinze anos movida pelo sopro do Espírito Santo.

É sabido que em nossos dias os inimigos da Igreja não cessam de clamar, dizendo que Ela caiu, que está vacilante e vulnerável. Se, porém, alguns gritam que a Igreja caiu, respondamos com o silêncio dos santos e a firmeza dos mártires: A Igreja não caiu; ela foi purificada. Cristo não a abandonou; Cristo a limpou. E os que dentro dela faziam ruído, servindo ao espírito do mundo e do seu próprio ego e não ao Espírito de Deus, foram pela mão da divina providência – desmascarados e postos fora, como outrora o fez Jesus. A Igreja ainda permanece pura, porque Aquele que a ama com amor eterno, a santifica com sua Palavra. A Igreja vive não pelos méritos dos seus ministros, mas pela fidelidade do seu Fundador, que é Cristo: Ela é do Senhor, e o Senhor caminha conosco, por isso: NÃO TENHAIS MEDO! 

Aos que desejam a paz sem verdade, respondemos com o Evangelho inteiro. Aos que pedem reconciliação sem justiça, dizemos: sem verdade, não há caridade. Aos que buscam agradar a todos, a qualquer preço, reafirmamos: a missão da Igreja não é agradar ao mundo, mas convertê-lo à única verdade, que é Cristo. 

Hoje, mais do que nunca, o Espírito Santo nos conclama à paz paz verdadeira, fundada na justiça e, na verdade. Somos chamados a ser os primeiros artífices desta paz, mas não mediante concessões vãs, e sim por meio do reparo diligente, da organização firme e do restabelecimento das estruturas que, por tantas vezes, foram corrompidas e dilaceradas. Esta paz só poderá florescer quando a verdade reinar verdade que liberta e que é fundamento inabalável da comunhão e do amor. O mundo espera e necessita ouvir essa verdade, não a relatividade, não o consenso efêmero, mas a palavra eterna do Evangelho, luz e guia desta humanidade. Esta será a missão deste Pontificado: reconduzir à ordem o que foi corrompido. Reerguer o que foi desprezado. Restaurar com justiça aquilo que o tempo, o erro e o medo deterioraram.

O mundo precisa – mais do que nunca – ouvir a verdade. E a verdade não muda! Ela não se adapta: converte. Ela não se negocia: ela nos liberta e nos aproxima do Cristo. A todos vós que me escutais, peço: não temais a verdade. Ela vos exigirá, mas vos santificará. Ela vos julgará, mas vos salvará. Ela vos julgará, mas vos salvará. Ela é Cristo, Ele que vive e reina, e que hoje – mais uma vez – estende sua mão sobre esta Igreja, Una e Santa. 

Que Maria Santíssima, Mater Ecclesiae, cubra com o seu manto materno a todos, todos, todos, e que São Pedro, fundamento e rocha, interceda para que o ministério que hoje assumo se realize na força do Espírito e na docilidade à vontade divina, para governar, não segundo os aplausos efêmeros dos homens, mas segundo o juízo eterno do Justo Juiz. 

Em instantes, conceder-vos-ei a Bênção Apostólica com indulgência plenária, segundo a autoridade recebida e a tradição da Igreja. Mas antes disso, deixo-vos esta certeza: não estamos órfãos, temos um Pai. Este Pai, nas noites mais escuras da alma e nas tempestades que assolam a barca da Igreja, estende Sua mão, abraça e aconchega cada um de nós, consolando-nos com a ternura de um Pai que não deixa perecer seus filhos, e como um filho igual a vós, eu vos peço: rezem por mim. E não estamos sós. Cristo caminha conosco. 

Et portae inferi non praevalebunt!
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