Homilia | Missa de abertura da Semana Jubilar | Papa Pio IX

HOMILIA 
PAPA PIO IX

Santa Missa Inaugural do Ministério Petrino

Basílica de São Pedro
19 de novembro de 2025 - 21h30

Amados irmãos e irmãs,

Nesta celebração que inaugura a nossa Semana Jubilar, damos graças a Deus pelos 15 anos de fundação do nosso apostolado - um caminho que começou em 2010, sob a orientação do primeiro pontífice, Romano I, e que hoje continua vivo pela graça do Espírito e pela fidelidade de tantos que, como eu e como muitos aqui, entregaram parte da própria vida à evangelização, à comunhão e ao serviço de Cristo dentro deste ambiente tão singular.

A primeira leitura, retirada da visão de Ezequiel, apresenta-nos o rio que jorra do Templo e que torna fecundo tudo o que toca. Esta imagem, profundamente simbólica, fala da vida que Deus comunica. O profeta vê que as águas começam pequenas, mas se tornam tão profundas que ninguém pode atravessar. E onde elas passam, “toda criatura viva que se move terá vida”.

O nosso apostolado, nesses 15 anos, é como esse rio: Começou pequeno, quase imperceptível; Tornou-se mais largo à medida que mais corações se deixaram conduzir por Deus; E hoje continua a correr, levando vida, esperança e conversão a muitos que nunca ouviriam a Boa-Nova se não fosse este trabalho.

Um jubileu é sempre memória, reconhecimento e purificação. Olhamos para trás e percebemos que não foi a nossa habilidade, nem a nossa constância, mas a água da graça divina que nunca deixou de correr. Eu mesmo, ao longo dos meus 13 anos de participação, testemunhei períodos de grande fecundidade e também tempos áridos. Mas em todos eles, o rio nunca secou.

São Paulo, na segunda leitura, nos recorda: “Vós sois construção de Deus... vós sois o templo de Deus e o Espírito habita em vós.”

Aqui está a chave do jubileu: Antes de celebrar o que construímos, celebramos o que Deus construiu em nós. O verdadeiro apostolado não é feito apenas de estruturas, cargos, atividades ou estratégias — mas da santificação dos seus membros. Se somos templo, então a missão começa dentro de nós. 

A cada dia, Cristo nos trabalha como um artesão: limpa, purifica, restaura, fortalece. E nós nos tornamos pedras vivas que sustentam este apostolado. Por isso Paulo também diz: “ninguém pode colocar outro fundamento além de Jesus Cristo”.

Em 15 anos muita coisa mudou: pessoas entraram e saíram, momentos de paz e momentos de crise se alternaram, lideranças se sucederam… Mas o fundamento permaneceu: Jesus Cristo. Tudo o que se sustentou até hoje, foi porque está edificado Nele.

O Evangelho nos apresenta Jesus entrando no Templo e o purificando. Ele expulsa tudo o que profana a casa do Pai e declara: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. Este evangelho ilumina profundamente o sentido deste jubileu.

Cristo não destrói o templo; Ele o purifica. Desfaz aquilo que impede a verdadeira adoração, retira o que desvia a comunidade do essencial, e assim restabelece a sacralidade daquele lugar.

Também nós precisamos deixar Cristo purificar este apostolado.

No caminho de 15 anos, acumulam-se sucessos e erros, acertos e falhas, amizades e feridas. Os momentos difíceis também deixaram marcas. Mas o Jubileu é ocasião de entregar tudo ao Senhor para que Ele recoloque as coisas no devido lugar.

A purificação nunca é confortável, mas é libertadora. E é justamente isso que faz renascer o templo vivo que somos.

Quando Jesus anuncia que em três dias reedificará o templo, Ele fala da sua Ressurreição - mas também aponta para algo mais profundo: toda obra de Deus pode ser reconstruída quando entregue totalmente a Ele.

Se algo se desgastou nestes anos, Ele pode restaurar. Se algo enfraqueceu, Ele pode fortalecer. Se algo se perdeu, Ele pode ressuscitar.

Neste jubileu, temos a alegria de celebrar sob o olhar e a intercessão de São Carlo Acutis, nosso patrono. Um jovem que entendeu algo fundamental: “A Eucaristia é a minha estrada para o Céu.”

Carlo, em um mundo digital e veloz, reconheceu que nada substitui a centralidade de Jesus. E assim fez da internet um meio de evangelização, não um fim.

Isso diz muito sobre o nosso apostolado: somos chamados a ser pontes, não protagonistas; evangelizadores, não influenciadores; servidores, não donos de nada.

Carlo nos ensina que santidade e modernidade não são opostas, e que evangelizar no ambiente virtual é possível e necessário — desde que o coração esteja enraizado em Cristo.

Neste início da Semana Jubilar, peçamos três graças: A graça da água viva, para que nossa missão continue fecunda; a graça de reconhecer que somos templo, e que Deus continua nos edificando e a graça da purificação, para que Cristo retire o que nos afasta do essencial.

Que estes 15 anos sejam apenas o início de um caminho ainda mais frutuoso. Que cada um de nós, seguindo o exemplo luminoso de São Carlo Acutis, diga com a vida: “Não eu, mas Cristo.”

E que esta Missa marque não só uma comemoração, mas um recomeço — um novo Pentecostes para este apostolado.

Amém.
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