Regina Cæli | IV Domingo da Páscoa (11/05) - João Paulo IX

REGINA CÆLI
11 de Maio de 2025
Praça de São Pedro, Vaticano
Papa João Paulo IX

Queridos irmãos e irmãs, boa tarde!

Neste tempo radiante da Páscoa, quando a Igreja continua a proclamar com jubilosa convicção: Resurrexit sicut dixit! – Ressuscitou como havia dito! –, a liturgia deste quarto Domingo pascal conduz-nos ao coração terno e compassivo do nosso Redentor: Jesus, o Bom Pastor.

Na imagem do Bom Pastor, ressoa uma das expressões mais íntimas do Evangelho, uma das mais tocantes revelações da ternura divina. O Cristo ressuscitado não é um mestre distante, não é um juiz severo nem um soberano inacessível. Ele é Aquele que nos conhece pelo nome, que nos chama pessoalmente, que caminha à nossa frente, que oferece a vida por nós. Ele não é um mercenário que foge diante do perigo, mas o verdadeiro Pastor que dá a própria vida pelas suas ovelhas.

Neste dia, a liturgia recorda-nos que fomos amados até o extremo. A voz do Bom Pastor não é apenas um eco do passado, mas uma presença viva no hoje da Igreja. Ele fala-nos nas Escrituras, nos sacramentos, nos pobres, nos irmãos, nas lágrimas e nas alegrias. E sobretudo, Ele fala-nos no silêncio profundo do nosso coração, onde ninguém mais pode entrar, senão Ele.

Queridos filhos, o mundo tem sede de pastores verdadeiros, não de dominadores, mas de servidores; não de celebridades, mas de testemunhas. Em tempos de confusão e barulho, quando tantas vozes nos assediam e tantas promessas fáceis nos seduzem, precisamos aprender novamente a reconhecer a voz do Bom Pastor. A sua voz é mansa, mas firme; é serena, mas exigente; consola, mas também nos envia em missão. Ouvir essa voz é entrar no repouso de Deus, é encontrar a direção no meio das encruzilhadas da vida.

Hoje celebramos também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. O rebanho do Senhor clama por homens e mulheres que, ouvindo a voz do Mestre, deixem tudo para segui-Lo. Rezemos para que muitos jovens tenham a coragem de dizer: “Eis-me aqui, envia-me!” A vocação é sempre uma resposta de amor ao Amor. O mundo precisa de pastores com o coração de Cristo: pastores que choram com os que choram, que curam as feridas dos abandonados, que alimentam com o Pão da Palavra e da Eucaristia, que não têm medo de sujar as mãos pelo povo a eles confiado.

E como não recordar, neste dia bendito, o rosto terno de tantas mães? Mães que são, de modo muito particular, reflexo do Bom Pastor. Porque também elas conhecem os filhos pelo nome, chamam-nos com ternura, acompanham-nos com amor fiel e silencioso, oferecem a vida dia após dia com generosidade incansável. Muitas vezes são as primeiras a ensinar aos filhos a ouvir a voz de Jesus. E quantas vezes, com a força da sua oração, sustentam vocações, preservam famílias, edificam a Igreja!

Hoje, no coração da Páscoa, a nossa gratidão sobe ao céu por todas as mães: pelas que vivem e pelas que já partiram, pelas que geraram e pelas que cuidaram, pelas que educaram e pelas que, com sacrifício oculto, foram sustento invisível dos seus lares. O seu amor é um pastoreio silencioso, um altar de entrega cotidiana. A todas as mães do mundo, dizemos com o coração comovido: obrigado!

Amados irmãos e irmãs, que Maria, Mãe do Bom Pastor, Mãe da Igreja e nossa Mãe, nos ensine a escutar e seguir Jesus com fidelidade, a sermos pastores segundo o seu coração e a reconhecer nas nossas mães a ternura do amor divino.

E agora, depois de termos rezardo juntos a oração do Regina Caeli, desejo dirigir uma saudação afetuosa a todos vós, peregrinos aqui presentes nesta Praça de São Pedro e aos que nos acompanham pelos meios de comunicação.

Saúdo de modo especial os fiéis vindos de diversas partes do mundo: as famílias, os grupos paroquiais, os movimentos eclesiais e os jovens. Agradeço-vos pelo vosso testemunho de fé e comunhão.

De modo particular, saúdo hoje todas as mães aqui presentes. Que o Senhor as recompense pelo amor com que vivem a sua missão, e que Maria, Mãe de Jesus, as proteja e as conforte.

Saúdo também os seminaristas, religiosos e religiosas, que neste dia rezam e renovam o seu “sim” ao chamado do Senhor. Não tenhais medo de dar a vida a Cristo: Ele não vos tirará nada, mas vos dará tudo!

E a todos vós aqui reunidos, peço: rezemos pelas vocações, rezemos pelos nossos pastores, rezemos por aqueles que hoje, como o Bom Pastor, se entregam por amor ao rebanho.

Agora, com o coração unido à Virgem Santa, elevemos a nosso agradecimento, pedindo pela paz no mundo e aqui neste espaço em que a igreja se encontra dividida, que reine a paz e a concórdia e que Ela, sendo a Rainha da Paz, nos abençoe e proteja do inimigo.

Feliz Dia da Mãe, Feliz Domingo. Que Deus vos abençoe.
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